Interpretação da Norma ASTM D 256: Métodos Padrões para Determinação da Resistência ao Impacto Izod em Plásticos - Parte 1

O texto abaixo tem como objetivo explicar de uma maneira mais simples a Norma ASTM D 256 e não substituí a mesma. O autor não se responsabiliza pelo mau uso deste artigo, assim como sua atualização paralela a referida norma. Para informações mais precisas consulte o site da ASTM: www.astm.org.

O teste consiste em posicionar um corpo-de-prova em uma máquina que possuí um pêndulo com uma espécie de “martelo” em sua extremidade externa, enquanto na extremidade interna é fixo em um eixo. Este pêndulo é solto de uma altura determinada, gira em torno do eixo da máquina e atinge o corpo-de-prova que está preso em uma pequena morsa (garras). No caso de equipamentos analógicos, existem dois ponteiros: o primeiro acompanha o movimento do pêndulo enquanto o segundo ponteiro é empurrado pelo primeiro. Quando o corpo-de-prova é atingido, o segundo ponteiro aponta para um valor que deverá ser usado para calcular o resultado final do teste.


Equipamento analógico para teste de resistência ao impacto Izod
Equipamento analógico para teste
de resistência ao impacto Izod
Dentre todos os testes realizados em plásticos talvez nenhum outro seja tão polêmico quanto o de resistência ao impacto. Acontece que muitos fatores influenciam no teste, o que cria divergências nos resultados de um laboratório para outro. Podemos citar entre esses fatores:

* Pressão atmosférica no local de teste – em um laboratório situado em local de altitude elevada como em La Paz, na Bolívia, o pêndulo ao ser solto atingirá uma velocidade pouco maior do que atingiria se o teste fosse realizado em uma cidade situada ao nível do mar, como Santos, no Brasil.

* Uso de equipamento eletrônico ou analógico

* Lubrificação do eixo da máquina – um detalhe muito importante. Deve-se verificar se o pêndulo balança com facilidade, sem sofrer resistência devido a ferrugem ou sujeira no eixo. Caso contrário, o material testado apresentará como resultado uma resistência ao impacto maior do que a real.

A norma apresenta outros parâmetros que podem influenciar no resultado, como: método de fabricação do corpo-de-prova, produção do entalhe e etc.


INTERPRETANDO A NORMA

A partir daqui seguiremos os itens da Norma ASTM D 256, mantendo os títulos e substituindo o conteúdo pela explicação do item.

1. Escopo


Aparelho para entalhar corpos-de-prova
Aparelho para entalhar corpos-de-prova
Assim outros testes controlados por normas, são necessários o uso de equipamentos, acessórios e corpos-de-prova padronizados. Isso não significa que o usuário precise comprar a máquina da empresa X e produzir um corpo-de-prova com medida Y, existem tolerâncias permitidas na largura do corpo-de-prova e, quanto a maquina de impacto, o mais importante é que respeite as medidas e possua os pêndulos com os pesos padrões.

No caso do teste de Resistência ao Impacto Izod, existem 4 métodos de ensaio: A, C, D e E; sendo que em todos eles é necessário fazer um pequeno entalhe no corpo-de-prova para que as tensões no material se acumulem nesse ponto, minimizando a deformação plástica e direcionando a fratura para a parte do corpo-de-prova que fica atrás do entalhe.

2. Documentos Referentes

Corpos-de-prova
Corpos-de-prova SEM e COM entalhe
Neste item são relacionadas as normas que podem ser usadas como base para a preparação do teste, como por exemplo, a normalização da moldagem do corpo-de-prova e o dimensionamento do mesmo. Também referencia a norma ISO equivalente a este teste, que no caso seria a ISO 180.

3. Terminologia

Apenas apresenta as definições de termos específicos da norma.

4. Tipos de Testes

Conforme já foi citado anteriormente, existem 4 métodos diferentes de se realizar este teste. São eles o método A, C, D e E; que são exemplificados abaixo:

Método A – o corpo-de-prova é preso na vertical e centralizado pelo entalhe, que é voltado para o lado em que descerá o martelo.

Método C – é igual ao método A exceto pela adição de um procedimento usado para determinar a energia despendida durante o lançamento de uma parte do corpo-de-prova. Este método é preferido sobre o método A quando a resistência ao impacto Izod é menor que 27 J/m sob o entalhe, ou seja, não se aplica a maioria dos plásticos usados pela indústria.

Método D – este método leva em consideração a influência do tamanho do raio do entalhe já que alguns materiais são muito sensíveis em relação a isso, então são utilizados corpos-de-prova de diferentes tamanhos de entalhe. Os resultados podem ser utilizados como guia para a seleção de materiais.

Método E – é similar ao método A, com a exceção de que o corpo-de-prova é invertido (o entalhe fica do lado oposto ao ponto de impacto do martelo). O objetivo desse método é indicar a resistência ao impacto de um corpo-de-prova sem entalhe (apesar do entalhe estar ali), porém o resultado muito provavelmente não será igual ao de um corpo-de-prova realmente sem entalhe.

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Bibliografia:
HARPER, Charles A.; PETRIE, Edward M. Plastics Materials and Process: A Concise Encyclopedia. Hoboken: John Wiley & Sons, Inc., 2003.
WIEBECK, Hélio; HARADA, Júlio. Plásticos de Engenharia: Tecnologia e Aplicações. São Paulo: Artliber Editora, 2005.
Artigo postado em 23/04/2011
Sobre o autor: Daniel Tietz Roda é Tecnólogo em Produção de Plásticos formado pela FATEC/ZL e Técnico em Projetos de Mecânica pela ETEC Aprígio Gonzaga. Trabalhou na área de assistência técnica e desenvolvimento de plásticos de 2008 até 2013 e atualmente é proprietário do Tudo sobre Plásticos.
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