Cadeia do plástico foca no setor automotivo

Atualmente, cerca de 30% das partes que compõem um veículo brasileiro provêm do plástico, segundo o Simplás

20/10/2014



O crescimento da produção e comercialização dos plásticos passa muito pela substituição de outros produtos. Houve uma época em que esse esforço estava concentrado no segmento de embalagens, com a disputa com latas, vidros e outros. Hoje, um dos principais interesses das empresas produtoras de resinas termoplásticas e transformadores (que fazem os artigos acabados) está sobre o setor automotivo.


Entre os atrativos dos plásticos para a indústria de veículos está a redução de custo e de peso. O diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás), Zeca Martins, calcula que cerca de 30% das partes que compõem um automóvel brasileiro provêm do plástico, atualmente. O dirigente estima que, em alguns anos, será possível elevar o percentual para 50%. São diversas as peças que podem ser feitas com resinas termoplásticas, como para-lamas, tampas de carter, rodas etc.

Martins enfatiza que o consumo per capita de plástico no País, de 27,5 quilos habitante/ano, ainda é baixo e deve crescer no futuro. O integrante do Simplás informa que o consumo nos Estados Unidos é de 172 quilos habitante/ano e, na Argentina, de 35,7 quilos habitante/ano. Na Europa, esse índice é de 150 quilos habitante/ano. O que também deve contribuir para o maior ingresso do plástico na cadeia automotiva é o avanço das pesquisas quanto a novos polímeros abrangendo questões como maior durabilidade e resistência a temperaturas extremas.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do Rio Grande do Sul (Sinplast-RS), Edilson Deitos, concorda que há um grande potencial para o plástico substituir outros materiais que são usados na fabricação de um carro. Deitos destaca que o centro de pesquisas em tecnologia em polímeros do Senai gaúcho deve receber recursos da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), o que irá incentivar essa meta. “Isso vai auxiliar muito a indústria de transformação a buscar opções para aproveitar os materiais plásticos em substituição a peças metálicas na indústria automobilística”, reitera o dirigente.

Um grupo que está apostando nessa atividade é a petroquímica Braskem. A companhia recentemente concluiu a homologação de uma nova resina de polietileno de alta densidade para produzir tanques de combustível para carros, ônibus e caminhões junto a todas as fabricantes nacionais de veículos automotores. O mais recente veículo a migrar para o produto foi o novo Ford Ka, lançado neste ano, elevando para 100% os modelos da marca fabricados no País que usam a matéria-prima. Todos os carros nacionais da General Motors, Honda, Toyota, Renault, PSA e Hyundai também já são equipados com tanques de plástico. Outra migração prevista é a do Mitsubishi Lancer, assim como aconteceu com o modelo ASX. Entre os veículos que ainda não usam tanques de plástico estão o Palio, o Uno e o Fox.

De acordo com informações da Braskem, mais de 70% da frota brasileira de automóveis já roda com tanques de plástico, e a estimativa é de que chegará a 90% nos próximos 10 anos. O gerente de engenharia de aplicação da companhia, Fábio Koutchin, salienta que, além da redução do peso, que significa, posteriormente, a diminuição do consumo de combustível e, consequentemente, da emissão de gases, o plástico também dá maior flexibilidade para o desenho das peças. Outra vantagem, comenta o gerente de engenharia, é a segurança. Koutchin detalha que o tanque de polietileno de alta densidade, submetido ao fogo, acaba fundindo e o combustível vaza, podendo incendiar em caso de um acidente, mas diminuindo o risco de explosão.

Setor deve registrar elevação de preços no último trimestre de 2014

Se por um lado as empresas da cadeia do plástico estão tentando diversificar o uso de seus produtos, por outro dificilmente essas companhias têm como escapar das condições de fornecimento de matérias-primas apresentadas no mercado nacional e internacional. Segundo o presidente do Sinplast-RS, Edilson Deitos, é preocupante a oscilação do dólar e seu reflexo na composição dos preços dos insumos. O dirigente adianta que os transformadores terão que repassar prováveis aumentos nesse último trimestre, pois as margens estão muito apertadas.

Apesar da perspectiva de incremento, Deitos prefere não especular o percentual médio que deve atingir essa elevação. O presidente do Sinplast-RS explica que as negociações da nafta entre Petrobras e Braskem são indexadas ao dólar e, portanto, estão influenciando diretamente na produção dos polietilenos, polipropilenos, PVCs e demais matérias petroquímicas derivadas.

Além disso, houve um aumento de cerca de 12%, de abril a setembro, dos polietilenos provenientes dos Estados Unidos, principal matéria-prima utilizada em embalagens de alimentos, de higiene e de limpeza. Neste mesmo período, recorda Deitos, os transformadores gaúchos, atendidos pelas distribuidoras AES Sul e RGE, sofreram um aumento das taxas de energia elétrica superiores a 20%. O mesmo deve ocorrer com os clientes da CEEE-D neste mês de outubro, adianta o presidente do Sinplast-RS. Soma-se a esse cenário a realização das negociações coletivas na ordem de 6,5%. “Tudo isso força o setor a rever seus preços para o último trimestre do ano de 2014. É uma situação atípica e preocupante em um final de ano de vendas em queda”, alerta Deitos.

Fonte: Jornal do Comércio (06/10/2014)




Plastivida e Sindiplast emitem notas sobre a proibição das sacolas plásticas em SP capital

Sacolas plásticas voltam a ser proibidas nos supermercados de São Paulo gerando reclamação por parte de representantes do setor plástico

20/10/2014



Tribunal de Justiça de São Paulo julgou improcedente uma ação movida pelo Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado de São Paulo (Sindiplast) que questionava uma lei de 2011, aprovada pela Câmara Municipal de São Paulo, que proíbe a distribuição das sacolinhas plásticas pelos supermercados paulistanos. A decisão foi publicada no dia 6 de outubro no Diário Oficial da Justiça.


Por maioria de votos, os desembargadores julgaram a ação do sindicato improcedente e cassaram a liminar, considerando constitucional a lei que proíbe a distribuição das sacolinhas. O sindicato ainda pode recorrer da decisão.

Veja abaixo nota emitida pela Plastivida, entidade que representa institucionalmente a cadeia produtiva do setor, sobre o assunto:

"Com relação à decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, referente à liminar que suspendia os efeitos da Lei nº. 15374/11 sobre a distribuição de sacolas plásticas no município de São Paulo, a Plastivida esclarece que:

• Cabe recurso sobre essa decisão, inclusive com a obtenção do efeito suspensivo. O próprio Tribunal de Justiça – SP já negou em 42 outras ações a competência de um município de legislar sobre matéria da União; neste caso a matéria já é regulamentada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos no que se refere às sacolas plásticas e a outros tipos de embalagens;

• Ao contrário do que algumas publicações estão divulgando, essa decisão não tem prazo definido para entrar em vigor. Vai depender do que estiver especificado no acórdão da decisão (ainda não publicado);

• Para entrar em vigor, a lei depende também de regulamentação específica, o que demandará tempo;

• O mercado deve continuar operando normalmente;

• Reafirmamos que eventual banimento das sacolas plásticas no município de São Paulo representará um duro golpe para o consumidor, sem qualquer ganho ambiental efetivo. Segundo estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) , aponta para um aumento do custo mensal das famílias com embalagens em 146,1%."


Já o Sindiplast foca na jurisprudência:

"• Existem recursos, inclusive dentro do próprio Tribunal, para realinhar tal decisão às outras 42 anteriores desse mesmo Órgão, todas já julgadas no mérito, e que consideram inconstitucional o Município legislar sobre matéria da União, já regulamentada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

• A presente decisão surpreende por contrariar as 42 anteriores do Órgão Especial do TJSP. O Tribunal já havia se manifestado sobre a conexão entre todos os municípios do Estado de São Paulo com relação à uniformidade de posturas ambientais e destinação de resíduos. A decisão contraria este posicionamento.

• O Órgão já havia barrado leis municipais idênticas a essa das cidades de Guarulhos, Barueri e Osasco. Portanto, a decisão com relação a São Paulo contraria a uniformidade já aclamada pelo próprio Tribunal de Justiça do Estado.

• O Município de São Paulo levou a questão ao STF - Supremo Tribunal Federal e não obteve êxito em nenhum de seus recursos."


Fonte: Agência Brasil (07/10/2014), Sindiplast (08/10/2014) e Plastivida (09/10/2014)


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