Isopor pode ser transformado em materiais de construção

A empresa catarinense Santa Luzia revolucionou sua produção ao desenvolver um processo que culminou na substituição de cerca de 98% da matéria prima

15/10/2018


Santa Luzia transforma resíduos de EPS em perfis decorativos de alto padrão, como rodapés e rodameios


Muitas pessoas talvez nunca tenham reparado que o Isopor é um dos vários compostos plásticos da atualidade, criado a partir de um processo que aglomera moléculas sucessivamente até formar o que é quimicamente conhecido como polímero. O polímero do composto químico estireno, que forma a base do Isopor, é chamado de poliestireno. Apesar do seu nome técnico não parecer familiar, é pelo nome Isopor, que na verdade é uma marca, que identificamos o leve material que revolucionou o mercado de embalagens.

Para deixar o material leve e com características de isolante térmico/acústico, o poliestireno passa por uma expansão estimulada por vapor e temperatura até atingir uma composição de 98% de ar, tornando-se opoliestireno expandido ou simplesmente EPS. Se por um lado o Isopor® veio a facilitar o cotidiano, por outro virou um desafio pelo fato da sua reciclagem ainda ser desconhecida por grande parte da população. Dados da Plastivida apontam que apenas cerca de 30% dos EPS pós-consumo são reciclados anualmente no país.


Como qualquer plástico, ele pode ser 100% reciclado e ganhar novas funções após seu uso. A Santa Luzia, por exemplo, transforma desde 2002 resíduos deste e outros resíduos plásticos em materiais de construção como rodapés, guarnições, molduras, revestimentos. A empresa já reciclou desde então mais de 45 milhões de kg de resíduos, poupando mais de 150 mil árvores que seriam derrubadas caso a matéria-prima principal fosse a madeira. Para colaborar com a reciclagem do Isopor, é fundamental separá-lo para coleta seletiva juntamente com outras embalagens recicláveis, a exemplo do que já ocorre com garrafas PET e latas de alumínio. É fundamental destinar corretamente os resíduos, sob o risco de materiais que poderiam ser reaproveitados acabarem em lixões.


Resíduos de Isopor armazenados em uma das unidades da Santa Luzia


Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), em seu mais recente Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, 18% do volume de lixo coletado no país ainda acaba nos lixões, um dos escapes para as quase 215 mil toneladas de resíduos geradas por dia no Brasil. Cerca de 1700 cidades não possuem qualquer iniciativa de coleta seletiva. Caso o seu município não ofereça o serviço de coleta seletiva, o Isopor pós-uso pode ser entregue a cooperativas e recicladores ou pessoalmente em um dos Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) espalhados pelo país.

Fonte: Revista News (17/09/2018)




Empresa brasileira recicla até fralda suja e fatura milhões

Saiba que há muita gente ganhando dinheiro com aquilo que muitos consideram “lixo”.

30/10/2018



Você é daquelas pessoas que acreditam que quando termina de usar um produto ou de comer algum alimento o ponto final da embalagem é a lata de lixo? Saiba que há muita gente ganhando dinheiro com aquilo que muitos consideram “lixo”.

É o caso de uma empresa que vem faturando cerca de R$ 20 milhões com a reciclagem de fraldas usadas e embalagens de salgadinho.


Esses materiais são recolhidos em cem pontos de coleta - encontrados em escolas, supermercados, condomínios - por cooperativas de catadores e 400 empresas parceiras da empresa Boomera em todo o Brasil.

Segundo Guilher Brammer, diretor da Boomera, a empresa faz a economia circular em um processo que vai desde o desenvolvimento da embalagem, o recolhimento do descarte, a transformação em outro produto e a sua comercialização em cerca de 15 mil pontos de venda.

"A empresa atua em toda a cadeia produtiva, desde a pesquisa de qual material o cliente poderá escolher para seus novos produtos, a gestão da logística reversa dos resíduos gerados, a parceria com cooperativas de catadores, até dar nova vida a esses materiais na nossa fábrica e vender os produtos reciclados", disse o empresário ao Uol.

O que pode ser reciclado

São várias as matérias-primas usadas na reciclagem que viram outros produtos, como:

- embalagens de salgadinhos, chocolate, café, biscoito e ração - viram pallets plásticos e lonas;
- resíduos eletrônicos, como placas e telas de celular - viram cadeiras projetadas pelo designer Marcelo Rosenbaum;
- resíduos de produtos da marca P&G, como embalagens flexíveis - viram displays de pontos de venda;
- embalagens de produtos da linha Sou, da Natura - viram embalagens plásticas para a própria Natura;
- cápsulas de café Dolce Gusto, da Nestlé - viram bandejas para armazenamento de novas cápsulas e vasos para plantio de mudas de café.


Como assim, reciclar fralda suja?

Em relação às fraldas descartáveis, as fezes e a urina são separados da parte plástica, que é transformada em resinas, mas a empresa ainda não divulgou quais produto serão originados desse material.

Reciclar é um sucesso

A Boomera, que começou com dois funcionários e hoje conta com 140, teve um faturamento de R$ 20 milhões em 2017 e espera faturar, este ano, o dobro. Ela atende mais de 400 clientes, entre eles empresas como Nestlé, P&G, Natura, Adidas e Unilever.

A ideia nasceu da preocupação com o lixo produzido após o uso de qualquer produto na cadeira produtiva. Foi por causa do desperdício que Brammer começou a estudar o impacto ambiental e social que os produtos descartados geram.

Muitas empresas têm investido nesse tipo de negócio não apenas por conscientização ambiental, mas motivadas, também, pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010, conforme explica a consultora do Sebrae-SP Dórli Terezinha Martins.

De acordo com a lei, a logística reversa é de responsabilidade das indústrias no pós-consumo. E é o setor de embalagem um dos que mais tem atuado na reutilização de materiais.

Essa política ainda não é tão abrangente quanto deveria porque fica condicionada ao desenvolvimento de tecnologias, cujas pesquisas nesse setor ainda são escassas no Brasil, segundo a consultora.

Pensado nisso, o Sebrae está desenvolvendo a plataforma Waste Match com o intuito de estabelecer relações entre pequenas empresas geradoras de resíduos e possíveis compradores desse material.

Como o pequeno empresário tem mais dificuldade de se adequar à legislação, por causa do alto investimento, o Sebrae tomou à frente no desenvolvimento dessa plataforma, que deve ser lançada no início de 2019.

Fonte: Green Me (02/10/2018)


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