PIGMENTOS AZUIS DE FERRO

Pigmento Azul de Ferro
Pigmento azul de ferro
Conforme definido na ISO 2495, o termo azul de ferro substituí um grande número de nomenclaturas antigas como azul de Paris, azul da Prússia, azul de Berlim, azul Milori, azul Turnbull, entre outros. Estes nomes eram dados para pigmentos insolúveis baseados em complexos ciano micro-cristalinos Fe(II)Fe(III); muitos eram associados com tonalidades específicas. A padronização desses nomes era uma necessidade dos usuários e também foi bem-vinda pelos fabricantes, motivando a redução do número de variedades.

O azul de ferro (C. I. Pigmento Azul 27: 77510 – o azul solúvel é C. I. Pigmento Azul 27: 77520) foi descoberto em 1704 por Diesbach na Alemanha por uma reação de precipitação, e pode ser considerado o mais antigo composto derivado de coordenação sintética. Milori foi o primeiro a produzir esse pigmento em escala industrial no início do século XIX.


Propriedades

As propriedades de maior significância prática dos pigmentos azuis de ferro são sua tonalidade, o relativo poder de tingimento, sua fraca dispersibilidade e o comportamento reológico. Outras propriedades importantes são o teor de voláteis a 100°C, a fração solúvel em água e a acidez (ISO 2495). Os pigmentos azuis são mais comumente usados em seu estado puro e não necessitam de qualquer aditivo para aperfeiçoá-los. E como o tamanho da partícula influencia na cor, pigmentos azuis de ferro finamente divididos dão um tom preto puro a tintas para impressão.

Falando em tamanho de partícula, por possuir partículas pequenas, os pigmentos azuis de ferro são difíceis de dispersar.

São termicamente estáveis por curtos períodos a temperaturas até 180°C, quando estão em pó e em temperaturas acima de 600°C estão sujeitos a explosão, pois esse é o início de seu ponto de ignição (ASTM D 93-52), mas deve-se ter cuidado pois a ignição pode ocorrer bem abaixo disso.

Quando usados sozinhos, os pigmentos azuis de ferro têm excelente solidez à luz e às intempéries. E quando misturados com pigmentos brancos, essas propriedades podem desaparecer, porém pesquisas recentes mostraram que vernizes automotivos podem contornar esse problema. Esses pigmentos são resistentes a ácidos minerais diluídos e agentes oxidantes, e não sangram. São decompostos pelo calor, ácidos concentrados e álcalis.

Aplicações

O forte desse tipo de pigmento não é a indústria de polímeros e sim a de tintas para impressão, existem também aplicações do pigmento micronizado para fabricação de fungicidas. Uma aplicação interessante do azul de ferro é a de agente de descontaminação em pessoas e animais que ingeriram material radioativo. O isótopo Césio 137, que seria absorvido facilmente pelo trato digestivo humano ou animal, reage com o ferro(II) do azul de ferro e faz com que seja excretado nas fezes.

Toxicologia

Estudos não demonstraram toxidade em animais ou seres humanos.



Bibliografia:
HARPER, Charles A.; PETRIE, Edward M. Plastics Materials and Process: A Concise Encyclopedia. Hoboken: John Wiley & Sons, Inc., 2003.
WIEBECK, Hélio; HARADA, Júlio. Plásticos de Engenharia: Tecnologia e Aplicações. São Paulo: Artliber Editora, 2005.
Artigo postado em 05/01/2011
Sobre o autor: Daniel Tietz Roda é Tecnólogo em Produção de Plásticos formado pela FATEC/ZL e Técnico em Projetos de Mecânica pela ETEC Aprígio Gonzaga. Trabalhou na área de assistência técnica e desenvolvimento de plásticos de 2008 até 2013 e atualmente é proprietário do Tudo sobre Plásticos.
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