Qual a diferença entre termoplásticos e termofixos?

Dentre tantos tipos de plásticos divididos em diversas famílias, podemos dividi-los em duas categorias: termoplásticos e termofixos (também conhecidos como termoestáveis ou termorrígidos). Sendo que alguns plásticos pertencem as duas categorias dependendo das modificações feitas na estrutura química inicial.


Termofixos, termorrígidos ou termoestáveis

São as resinas de cura, muito usadas no artesanato como a resina poliéster, ou em pequenas manutenções na construção civil como a resina epóxi.

Depois de polimerizada e rígida, essa resina não volta mais ao seu estado original, ou seja, não amolece nem mesmo com o calor – é a chamada “cura”, uma tentativa de aquecer o termofixo a fim de fundi-lo fatalmente o levará a degradação. A cura é uma reação química irreversível chamada de retículação, também conhecida pelo termo crosslinking; e ocorre com mais facilidade e rapidez na presença do calor podendo ocorrer também em temperatura ambiente. Vale ressaltar que esse tipo de reação é exotérmico (libera calor), então mesmo com temperatura ambiente o aquecimento do material plástico ocorre de forma natural.

A reticulação que ocorre durante a reação é provocada pela ligação de átomos entre/através de dois polímeros lineares, resultando em uma estrutura química tri-dimensional rígida. Na figura abaixo é possível ver um exemplo de reação de polimerização do copolímero estireno-poliéster, usado em artesanato.

Reação de reticulação
Os termofixos assim como os termoplásticos podem ser reforçados com fibras e carregados com outras cargas. São bastante rígidos mesmo sem a adição de reforços porém, é aquela história do vidro: quanto mais duro mais frágil; fazendo com que sejam usados em aplicações mais específicas, como por exemplo onde os termoplásticos não suportam o calor e em aplicações de trabalho exclusivamente manual. Além disso, o fato do termofixo não poder ser reprocessado soma-lhe mais uma desvantagem, tendo como destino os seus resíduos a produção de cargas na forma de pó.

Termoplásticos

Diferente dos termofixos, os termoplásticos não curam e podem ser fundidos facilmente com o calor (entre 135°C e 250°C, dependendo do polímero) e endurecidos novamente com o resfriamento a temperatura ambiente. Podem ser reprocessados várias vezes, mas obviamente, perdem propriedades a cada reciclagem podendo também degradar devido ao alto número de re-ciclos.

Comparados com os termofixos, têm estabilidade térmica e dimensional bem menor, mas possuem uma processabilidade muito mais fácil e econômica.

Segue abaixo uma tabela com exemplos das principais famílias de polímeros, termoplásticos e termofixos, seus nomes comerciais mais conhecidos e empresas fabricantes.

TERMOFIXOS
Família Nome comercial Fabricante
Alquídicos Uradil DSM
Epóxis D.E.R. Dow
Araldite Huntsman Advanced Materials
Fenólicos Bakelite Union Carbide
Ftalatos dialíticos (DAP) Daiso DAP Daiso
Melaninas Cymel Allnex
Polibutadienos Ricon Total Cray Valley
Poliésteres Laminac Island Pyrochemical Industries
Paraplex Rohm and Haas
Silicones Xiameter Dow Corning
Ureias Urecoll Basf
TERMOPLÁSTICOS
Família/Polímero Nome comercial Fabricante
ABS Terluran Styrolution
Acetálicos Delrin DuPont
Acrílicos Plexiglas Evonik
Aramidas Nomex DuPont
Celulósicos Tenite Eastman Chemical
Ethocel Dow
Ionômeros Surlyn DuPont
Poliamidas (Nylons) Zytel DuPont
Technyl Solvay
Policarbonatos Lexan Sabic
Poliésteres (PBT) Valox Sabic
Celanex Celanese

Bibliografia:
HARPER, Charles A.; PETRIE, Edward M. Plastics Materials and Process: A Concise Encyclopedia. Hoboken: John Wiley & Sons, Inc., 2003.
CANEVAROLO JR., Sebastião V. Ciência dos Polímeros: Um texto básico para tecnólogos e engenheiros. 2.ed. São Paulo: Artliber Editora, 2002.
WIEBECK, Hélio; HARADA, Júlio. Plásticos de Engenharia: Tecnologia e Aplicações. São Paulo: Artliber Editora, 2005.
Artigo revisado em 02/02/2015
Sobre o autor: Daniel Tietz Roda é Tecnólogo em Produção de Plásticos formado pela FATEC/ZL e Técnico em Projetos de Mecânica pela ETEC Aprígio Gonzaga. Trabalhou na área de assistência técnica e desenvolvimento de plásticos de 2008 até 2013 e atualmente é proprietário do Tudo sobre Plásticos.
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