Custos atrapalham a reciclagem energética

Fórum realizado na sede da Fiergs, em Porto Alegre/RS, debateu os obstáculos para o crescimento da atividade no Brasil

26/09/2014


A possibilidade de gerar energia a partir da queima do lixo urbano já é uma realidade em países europeus (como Alemanha e França) e começa a ser discutida cada vez mais intensamente no Brasil. Porém, o diretor da Odebrecht Ambiental James Miralves ressalta que o obstáculo para que essa atividade torne-se uma realidade no País são os valores envolvidos.


De acordo com o executivo, os empreendimentos alcançariam a confiabilidade na operação e produção de energia. Entretanto, o problema hoje é de competitividade em comparação aos atuais preços de energia praticados nacionalmente. Miralves enfatiza que, em geral, as iniciativas existentes no mundo, conhecidas como projetos de valorização energética de resíduos urbanos, não são feitas para criar um insumo competitivo. O objetivo é tratar de uma maneira adequada a destinação dos rejeitos. “É assunto de meio ambiente, não de energia”, aponta o dirigente.

Apesar desse cenário atual, o executivo argumenta que os complexos dessa área irão ser desenvolvidos no País quando o crescimento das cidades impedirem o aumento do número de aterros sanitários ou através da implantação de uma política pública nesse sentido, com a concessão de incentivos. Miralves prevê que a solução da reciclagem energética será adotada no Brasil em maior escala dentro de cinco a dez anos.

Miralves participou da tentativa de desenvolver uma planta de reciclagem energética no polo petroquímico de Mauá (SP), contudo esbarrou na inviabilidade econômica, com as ações sendo interrompidas no momento do financiamento da estrutura. Seriam necessários cerca de R$ 500 milhões para implementar uma unidade de 60 MW de capacidade instalada (aproximadamente 1,5% da demanda de energia do Rio Grande do Sul).

O coordenador do Comitê de Reciclagem do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do Rio Grande do Sul (Sinplast-RS), Luiz Henrique Hartmann, acredita que o uso dos detritos urbanos para a geração de energia no Estado será algo concreto futuramente. “Mas cada caso é um caso, dependerá da configuração do negócio e do tipo de resíduo que será aproveitado”, comenta. Porém, Hartmann reitera que resolvendo algumas arestas na Política Nacional de Resíduos Sólidos, como na parte de incentivos, os projetos deverão surgir. Uma usina de reciclagem energética pode ser alimentada com diversos rejeitos, como plásticos, embalagens, restos orgânicos pré-compostados, entre outros.

O representante do Sinplast-RS e Miralves foram palestrantes da 5ª edição do Fórum Brasileiro de Reciclagem Energética de Resíduos Sólidos com Ênfase em Plásticos – Energiplast 2014, realizado ontem na Fiergs, em Porto Alegre. Na ocasião, foi lançado no Rio Grande do Sul o Selo Nacional de Plásticos Reciclados (Senaplas). São elegíveis à distinção promovida pela Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) as empresas que trabalham com matéria-prima reciclada, que comercializam resinas recuperadas e produtos transformados pelos recicladores.

A assessora técnica da Abiplast Simone Carvalho Levorato Fraga explica que o selo é concedido às companhias recicladoras que estejam de acordo com todas as exigências da legislação (ambientais, trabalhistas etc). A certificação é válida por dois anos e pode ser utilizada em qualquer material da empresa, como nota fiscal, embalagem, entre outros. Simone entregou ontem, simbolicamente, o selo a duas companhias gaúchas: a Drenomaster e a Lorenzon Plásticos. A integrante da Abiplast enfatiza que o Senaplas torna-se um diferencial de mercado para quem o conquistou.

Sobre a reciclagem em geral, Simone afirma que está se evoluindo na questão, entretanto ainda lentamente. Conforme a assessora técnica da Abiplast, a estimativa é que as deficiências na reciclagem dos plásticos, que poderiam ser reaproveitados, mas não o são, ocasionam uma perda anual de cerca de R$ 5 bilhões. Um empecilho para mudar essa situação é que, no momento, apenas 14% dos municípios brasileiros possuem o sistema de coleta seletiva.

Fonte: Jornal do Comércio (16/09/2014)




Indústria do plástico espera alta de 1% na produção em 2015 após queda em 2014

11/12/2014



Após iniciar o ano com perspectiva positiva para o setor, a Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico) estimou nesta segunda-feira (8) que a produção de transformados plásticos do Brasil deve cair 2,7% em 2014 e avançar apenas 1% em 2015, em linha com a expectativa de expansão da produção industrial brasileira.


A produção física do setor de plásticos deve somar 6,24 milhões de toneladas neste ano, voltando ao patamar de 2010, e exibir apenas ligeira alta, para 6,3 milhões de toneladas, em 2015.

Segundo o presidente da Abiplast, José Roriz Coelho, a queda da produção neste ano se concentrou no segundo e no terceiro trimestres, quando recuou 7% ante o mesmo período de 2013, apesar dos períodos registrarem tradicionalmente melhores volumes. "É uma queda que surpreende, ao longo do ano imaginamos crescimento. Pensamos que a Copa ia puxar o consumo, mas nada aconteceu", disse Coelho.

Na sua avaliação, o desempenho negativo do setor reflete o exibido na maioria dos setores da indústria. "Os consumidores perceberam que estamos em crise e diminuíram o consumo", disse. Em 2015, na visão da Abiplast, a indústria pode iniciar sua recuperação, dependendo de eventuais ajustes do governo na economia, mas deve continuar enfrentando problemas relacionados a energia, água e baixo crescimento.

Apesar de um dólar mais valorizado ante o real, que poderia favorecer exportações, a Abiplast apontou que o preço de matérias-primas para a indústria deve aumentar. "Na matéria-prima, temos poucos fornecedores, que repassam o câmbio com facilidade, mas nós temos dificuldade para repassar isso para as empresas", afirmou Coelho.

Por outro lado, os maiores preços da energia por conta da baixa pluviosidade podem favorecer o setor no ano que vem. A expectativa é de uma maior substituição por parte da indústria de materiais cuja produção consome mais eletricidade, como o alumínio, o aço e o vidro, pelo plástico.

A Abiplast informou ainda que o consumo aparente de transformados plásticos deve recuar 1,7%, para 6,78 milhões de toneladas, em 2014 e o faturamento deve ficar em R$ 66,66 bilhões, baixa de 6,45% sobre 2013. Para 2015, a expectativa é de estabilidade no nível de faturamento e crescimento de 2% no consumo aparente, a 6,9 milhões de toneladas, reflexo do aumento esperado de 6% das importações.

O deficit na balança comercial do setor deve aumentar 8%, com as importações avançando em ritmo mais expressivo que as exportações, cuja alta esperada é de 0,5%. O deficit deve terminar este ano em US$ 2,59 bilhões, ou 540 mil toneladas.

Fonte: Jornal do Comércio (08/12/2014)


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