Setor plástico emprega menos no 1º semestre

12/08/2014



Pela primeira vez em quinze anos, a indústria de transformados plásticos reduziu a oferta de empregos no primeiro semestre, segundo levantamento da Abiplast (que representa o setor).


O período costuma ter um grande volume de contratações, pois concentra a maior parte da produção de insumos plásticos que serão consumidos durante o ano.

Houve uma redução de 158 vagas, das cerca de 360 mil que o setor movimenta - o terceiro que mais emprega na indústria de transformação, de acordo com o presidente da associação, José Ricardo Roriz Coelho.

“Tivemos um segundo trimestre que reverteu as projeções de que poderíamos ter um ano bom.”

Nos seis primeiros meses, foram produzidos 3,08 milhões de toneladas de transformados plásticos, uma retração de 1,9% em relação ao mesmo período de 2013.

O consumo no país também apresentou redução: -0,7% no período.

“Independentemente da queda na demanda, tivemos aumento de importações. E as exportações não compensaram a retração do mercado interno”, acrescenta.

Enquanto o volume embarcado foi 7,6% menor que o verificado no primeiro semestre de 2013, o desembarcado avançou 5,4%. “Não há nenhum fato novo que indique que as coisas melhorarão nos próximos meses, e o custo para se produzir no Brasil ainda é muito alto.”

Fonte: Boa Informação (11/08/2014)




Setor do plástico comemora acerto para entrega de nafta

Preocupação dos empresários da cadeia é quanto à definição do novo preço da matéria-prima que ocorrerá em fevereiro de 2015

10/09/2014



Um tema que angustiava o setor do plástico, o acordo de fornecimento de nafta da Petrobras para a Braskem, foi resolvido, pelo menos momentaneamente. As empresas firmaram um aditivo ao contrato da matéria-prima petroquímica com vigência até o fim de fevereiro de 2015. As condições atuais foram mantidas e o preço será ajustado retroativamente a 1 de setembro de 2014, na assinatura do novo pacto. O receio dos transformadores (consumidores das resinas termoplásticas e fabricantes dos produtos acabados) é quanto aos valores que serão aplicados quando chegar essa data.


Apesar do temor de um aumento futuro, a pior das possíveis consequências (admitida pela direção da Braskem), que seria a paralisação das centrais petroquímicas do País, foi rechaçada com a solução definida na sexta-feira. O contrato antigo entre as empresas se encerrava ontem e as discussões sobre uma renovação de longo prazo vêm sendo mantidas durante todo o ano. Em fevereiro de 2014, o acordo já havia sido alongado por mais seis meses, entretanto, sem a cláusula de retroatividade. Fontes indicam que, enquanto a estatal projetava um aumento a partir de 5% no preço da nafta, a Braskem almejaria no mínimo a manutenção dos valores e até mesmo uma diminuição. Em nota, a Braskem manifestou que “segue empenhada na identificação de uma solução estrutural que permita a assinatura de um contrato de longo prazo com a Petrobras que assegure a competitividade da indústria química e petroquímica brasileira”. A Petrobras, por sua vez, não se pronunciou oficialmente.

O diretor da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief) e da FFS Filmes, Alfredo Schmitt, compara a solução a um cheque em branco. “Não se sabe exatamente qual vai ser o nível de preço com que se vai operar a partir de fevereiro”, frisa. A composição dependerá do custo da matéria-prima no mercado internacional e do patamar do dólar na ocasião. Apesar dessa falta de clareza, o empresário viu o aditivo como positivo, pois afastou o risco de interrupções das centrais petroquímicas, o que geraria enormes prejuízos para a cadeia do plástico nacional.

O diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás), Zeca Martins, é outro que aprovou o acerto entre as partes, embora por um curto espaço de tempo. O dirigente espera que, depois das eleições, a decisão quanto ao preço da nafta leve em conta as necessidades do setor do plástico. Martins ressalta que o segmento está retraído, o que dificulta o repasse de um eventual aumento da matéria-prima ao produto final.

O presidente do Simplás, Jaime Lorandi, admite que o assunto preocupa os transformadores. “Queremos que a Petrobras e a Braskem sejam sustentáveis, mas nós também precisamos ser”, defende. O empresário adverte que se for elevado o custo interno da matéria-prima petroquímica, a competitividade dos transformadores locais será afetada. Isso facilitará a entrada de produtos plásticos acabados importados. O dirigente acrescenta que, nesse caso, o governo terá que tomar atitudes para proteger a indústria da transformação do Brasil. O presidente do sindicato lembra que o setor é composto por cerca de 11 mil empresas e gera mais de 350 mil empregos no País. Lorandi, Schmitt e Martins participaram, na sexta-feira, da festa de aniversário de 25 anos do Simplás realizada em Caxias do Sul.

Decisão da Synthos sobre instalação de unidade no Rio Grande do Sul deve ocorrer após as eleições

Apesar da combinação feita por Braskem e Petrobras, a definição sobre a instalação ou não no RS da unidade de fabricação de borracha da empresa polonesa Synthos deve demorar um pouco mais para acontecer. A sócia executiva da MaxiQuim Assessoria de Mercado Solange Stumpf prevê que, devido ao nebuloso panorama na área política no momento, a companhia esperará o final das eleições para traçar os seus planos. O complexo, cujo investimento é estimado em aproximadamente R$ 380 milhões, será abastecido com o butadieno da Braskem, que provém da nafta.

Solange argumenta que, para uma empresa que realmente quer investir, aguardar mais seis meses (prazo para o novo acordo de longo prazo entre Petrobras e Braskem) é um obstáculo. A Synthos pode avaliar que não vale a pena demorar e decidir iniciar o empreendimento, mesmo sem um acerto definitivo entre Petrobras e Braskem. Por outro lado, a sócia da MaxiQuim não descarta a possibilidade do grupo desistir da iniciativa no Brasil e realocá-la em outra nação.

Contudo, Solange diz que, por causa das circunstâncias, da indefinição do cenário, o aditivo firmado na sexta-feira era a solução mais provável. “Com isso, irá passar a questão política, que é o que está atrapalhando bastante”, aponta. A consultora acrescenta que fazer projeções sobre o que sucederá em fevereiro é algo difícil, pois é uma questão que dependerá de quem sairá vencedor das eleições de outubro.

Solange também considera complicada a imposição da retroatividade. A sócia da MaxiQuim afirma que um preço mais baixo para a nafta começa a se desenhar como uma situação improvável e o mais plausível é uma manutenção dos valores atuais ou um incremento, que é o que deseja a Petrobras. “Se aumentar, imagina ter uma conta a pagar retroativa, de 5% a 10%, de seis meses, seria um rombo”, alerta.


Pequenas empresas enfrentam mais dificuldades com aumento de preço

Se os grandes clientes são impactados com as indefinições entre Petrobras e Braskem, os reflexos são piores para as empresas de menor porte. O presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Vale dos Vinhedos (Simplavi), Ivânio Angelo Arioli, ressalta que o pequeno transformador sofre muito com as variações de matéria-prima.

O dirigente detalha que esse tipo de empresa não consegue comprar diretamente da fornecedora, é preciso utilizar o serviço de uma distribuidora. E, como os volumes são acanhados, essas companhias perdem em poder de barganha, tendo custos mais onerosos em relação aos grupos de maior porte. Essas mesmas características atrapalham a possibilidade desses empreendedores de importarem resinas.

O presidente da Plastech Brasil e diretor da empresa Plasmosul, Orlando Marin, ressalta que os transformadores somente poderão ser competitivos com matérias-primas a preços competitivos. Uma das sugestões feitas pelo empresário nesse sentido seria a flexibilização na tributação das matérias-primas importadas. Marin destaca que, além do custo das resinas, os fabricantes de produtos plásticos têm que arcar com os elevados gastos com energia elétrica.

O presidente do Badesul, Marcelo Lopes, que também esteve presente na comemoração dos 25 anos do Simplás, concorda que se a energia e os insumos petroquímicos tiverem reajustes relevantes haverá impactos na competitividade das empresas do segmento dos plásticos. Lopes, que tem experiência no setor do petróleo como coordenador da Rede Petro-RS, analisa que, nos próximos anos, o pré-sal servirá como uma opção de oferta de matéria-prima para satisfazer as necessidades da Petrobras e dos seus clientes.

Fonte: Jornal do Comércio (10/09/2014)


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