Trabalhadores da AFA Plásticos protestam contra rescisão
17/07/2019
Cerca de 50 manifestantes participaram da reivindicação
Ex-funcionários da fábrica AFA Plásticos, localizada em São Caetano, se reuniram em frente da empresa, no bairro Fundação, na manhã da última segunda-feira (15/07), para exigir o pagamento da rescisão de contrato e aviso prévio após a empresa decretar Recuperação Judicial. A Polícia Militar esteve presente e acompanhou a manifestação.
Cerca de 50 pessoas participaram do movimento pacífico, que contou com a presença de ex-funcionários, que atuavam na empresa desde 2018, quando a fábrica iniciou as demissões e o não pagamento de benefícios. “Restam somente oito meses para eu me aposentar, e agora não vou conseguir. Estive na empresa por 12 anos e não recebi meus direitos”, comentou um manifestante.
Presente no ato, João Lucas Monteiro, advogado que atende o caso de pelo menos 20 ex-trabalhadores, conta que seus clientes, que tem em média 20 a 30 anos de empresa, não devem aceitar a situação. “Muitos estão em situação de vulnerabilidade financeira, e não têm condições de bancar um advogado”, afirma ao dizer ainda que a empresa não deve justificar o ato com a recuperação judicial. “Há enorme preocupação quanto a inadimplência das obrigações por parte da empresa, de modo que a recuperação judicial não pode ser usada como blindagem patrimonial para não pagamento dos funcionários”, completa Monteiro.
Outros manifestantes relatam ainda que no ato de demissão, não houve qualquer acordo com a empresa. “Fui dispensado com mais de 20 anos de fábrica e saí com uma mão na frente e outra atrás, sem receber qualquer benefício”, conta outro ex-funcionário indignado com a situação.
Procurado, o Sindicato dos Químicos do ABC – responsável pela categoria – informou que representará apenas os sindicalizados. Em nota, o diretor Joel Santana, coordenador da regional de Santo André, diz que a entidade acompanhou os problemas da empresa e intermediou as negociações entre os trabalhadores demitidos em 2018 e a AFA Plásticos, referente as verbas trabalhistas.
Segundo a nota, após o sindicato entrar com processos para o pagamento das verbas trabalhistas, a empresa iniciou processo de Recuperação Judicial. “A empresa apresentou um Plano de Recuperação Judicial para o Juiz, com o objetivo de viabilizar sua situação econômico-financeira, com manutenção da produção, emprego e interesses dos credores”, diz a nota.
Ainda de acordo com o comunicado, na semana passada o sindicato tomou conhecimento de que a empresa demitiu mais 40 trabalhadores, mas ainda não foi procurado pelos trabalhadores recém demitidos. “Quem desejar pode procurar o departamento Jurídico nos dias dos plantões, estamos à disposição para entrar com ação trabalhista para pleitear o pagamento das verbas rescisórias”.
Atualização
A empresa respondeu os questionamentos dos trabalhadores e ex-funcionários da empresa acerca da Recuperação Judicial, em que os profissionais têm exigido o pagamento das verbas rescisórias. A resposta veio após a mobilização de aproximadamente 50 trabalhadores em frente à empresa, segunda-feira, dia 15 de julho.
Em nota, a AFA Plásticos informa que, diferente do que havia sido informado pelos manifestantes e publicado pelo RD, a AFA não demite funcionários sem fazer pagamento dos direitos trabalhistas dos profissionais. Com atuação sólida no mercado de plásticos há décadas, a empresa reitera que todas as verbas contestadas no ato, referem-se a créditos sujeitos à Recuperação Judicial e que, portanto, somente podem ser pagos conforme moldes e calendário do Plano de Recuperação Judicial.
“Os valores destacados, que se referem às verbas trabalhistas de funcionários da empresa são, em verdade, créditos sujeitos à Recuperação Judicial, conforme preceituado pelo artigo 49 da Lei n° 11.101/2005. Por tal razão, por serem créditos sujeitos à Recuperação Judicial, somente podem ser pagos no bojo da Recuperação Judicial da empresa, nos moldes estabelecidos pelo Plano de Recuperação Judicial. Em síntese, não há recusa quanto ao pagamento dos valores relativos às verbas trabalhistas, mas apenas a submissão dessas verbas ao pagamento no bojo da Recuperação Judicial”, diz a nota.
Fonte: Repórter Diário (15/07/2019)
Em MS ordem é desovar o estoque de canudos em distribuidoras da Capital
Distribuidoras e indústria em Mato Grosso do Sul já avaliam prazo de validade do canudo descartável e mudanças no mercado estadual
17/07/2019
Canudos plásticos são produzidos em Campo Grande, desde a formatação do plástico até a distribuição
O inimigo ambiental da vez mede cerca de 20 centímetros e pesa míseros dois gramas. Em quantidade maciça, tornou-se ícone de guerra mundial que atingiu Mato Grosso do Sul. A proibição da distribuição de canudos plásticos não chega a causar estrago nas finanças de distribuidoras e na indústria do Estado, mas é avaliado como “a ponta do iceberg” que vai exigir mudanças no setor e no comportamento da população.
A “onda” contra o canudo começou em 2018, com proibição de distribuição no Rio de Janeiro e ganhou força em diversas outras cidades e estados do País. Em MS, somente Corumbá havia aderido, com proibição em vigor desde maio. Em Campo Grande, proposta semelhante foi vetada pelos vereadores no início de junho deste ano.
Mas, no dia 27 de junho, por 14 votos a três, a Assembleia Legislativa aprovou o projeto que proíbe a entrega de canudos plásticos em restaurantes, bares, hotéis, padarias, conveniências e clubes de Mato Grosso do Sul.
O projeto ainda depende da sanção do governo do Estado para tornar-se lei. A partir daí, as empresas terão um ano para adequação, mas já acendeu sinal de alerta em várias distribuidoras em Campo Grande.
“Vou desovar o estoque, ainda deve durar uns seis, sete meses”, disse o proprietário da Primordial Embalagens, Paulo Matos. Depois, deve passar a comprar o canudo biodegradável, embora esteja ciente de que o preço chega a ser três a quatro vezes mais caro que o descartável. A unidade do mais comum custa, em média, R$ 2,20, enquanto o biodegradável, R$ 4 a R$ 5. “Vai ser uma consequência, quando tiver demanda, cai o preço do produto”, avaliou.
A perda dessas vendas não chega a causar grande impacto, já que representa apenas 2% do faturamento do empresário, mas, segundo ele, reconhece que, futuramente, deve significar mudança no mercado.
“Eu acredito que é a ponta do iceberg, vão proibir copo, garfinho, saco para lixo; o descartável de plástico vai ser banido”, profetizou Márcio Caixeta, proprietário da Sobrado Embalagens, empresa com sede em Terenos que atende a Capital e municípios da região. Para ele, a venda de canudos representa de 10% a 20% do total, fazendo parte de combo que o cliente costuma levar, que inclui copos e pratos descartáveis.
Na avaliação dele, essa proibição irá afetar o consumidor na ponta. “Pense na pessoa que vende salgadinho, suco, isso muda muito a margem de lucro”, disse, levando em conta a diferença de preço. A caixa com 3 mil unidades do canudo de plástico custa R$ 50, enquanto que a do biodegradável, R$ 70. Márcio disse que o problema não é o produto em si, mas a falta de conscientização das pessoas, que não fazem o descarte corretamente.
A gerente de balcão da JMoreira Embalagens, Valci Almeida Lobato, também tem visão cética sobre o mercado. No início do ano, a empresa comprou pacote de canudo biodegradável que permanece no mesmo lugar, no depósito. Segundo ela, haverá levantamento entre os clientes para averiguar se vale a pena renovar ou não o estoque de descartáveis.
Resistência – além das distribuidoras, a nova lei também irá afetar em indústria pioneira no Estado, a Brasil Convertedora de Papel/Papel Brasil Embalagens. Os canudinhos fazem parte de mix de produtos oferecidos, como copos e pratos e representam 5% do faturamento.
O proprietário, Vergílio Dorneles, disse que irá continuar produzindo o canudo enquanto for amparado pela legislação. Ele lamenta o veto em MS, já que está finalizando investimento de R$ 5 milhões na compra de maquinário. “O plástico é uma grande fonte de riquezas, emprego, utilidade e de tributos, é poluente sim, mas, o que falta é educação para o descarte; proibir o plástico seria como matar a vaca para exterminar o carrapato”.
Mas, se não houver veto por parte do governo, o jeito é se adaptar aos novos tempos, afirma o empresário. “Na eventualidade da proibição, vamos migrar para o canudo de papel, desistir, nunca”.
Fonte: Campo Grande News (07/07/2019)
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