Carência de mão de obra preocupa moldes e plásticos

16/11/2017


A décima edição da MOLDPLÁS, que ocorreu entre os dias 8 e 11 de Novembro, na Exposalão, Batalha, partilhou da preocupação do sector de moldes e plásticos no que toca à escassez de mão-de-obra contando, entre os seus expositores, com escolas e centros tecnológicos, no sentido de reunir a indústria com os seus futuros quadros. Com duas centenas de expositores, a feira recebeu um número recorde de 25 mil visitantes.


A preocupação sobre a dificuldade de recrutamento é expressa pelos empresários, mas também pelas instituições de ensino e associações empresariais, como a Associação Nacional da Indústria de Moldes (CEFAMOL). «É uma das nossas principais necessidades», admite João Faustino, presidente da associação. A CEFAMOL apresentou, em Janeiro deste ano, um estudo – realizado por Liliana Vitorino (docente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Instituto Politécnico de Leiria) e Daniela Sousa (mestre em Ciências da Comunicação) – no qual se defendia a necessidade das empresas criarem medidas de “promoção do sector” e de “atracção de jovens para a indústria”, sob pena da “escassez de determinados profissionais vir a condicionar a espiral de crescimento do sector”.

O presidente da CEFAMOL revela que essa promoção tem sido uma das prioridades da associação. O sector tem estreitado laços com as escolas e promovido a imagem, de forma a atrair os mais jovens. Apesar disso, o número de recém-formados, seja no ensino superior seja no profissional, é insuficiente para suprir as necessidades das empresas. E, de uma maneira geral, os jovens são todos integrados assim que terminam a formação.

De entre as medidas em curso, João Faustino destaca a parceria formalizada, há quatro anos, entre a CEFAMOL, a Associação Empresarial de Leiria (NERLEI) e o Instituto Politécnico, que resultou na criação do projecto de atribuição de bolsas ‘IPL Indústria’. São as próprias empresas que patrocinam o primeiro ano de estudo dos melhores alunos. “É uma parceria bem trabalhada e que tem dado os seus resultados”, sustenta.

Este ano lectivo, serão 27 as empresas, entre as quais 16 do sector de moldes e plásticos, que patrocinam, 38 bolsas de estudo a estudantes de nove cursos do Instituto Politécnico de Leiria.

A MOLDPLÁS partilha desta preocupação da indústria com a carência de recursos humanos. Nesse sentido, nesta 10ª edição da feira, estarão presentes, para além do Instituto Politécnico de Leiria, centros tecnológicos e polos de investigação, no sentido de aproximar o sector dos futuros profissionais. A exemplo de anteriores edições, estão programadas, também, visitas de alunos de diversos estabelecimentos de ensino da região.

Fonte: adaptado de Leiria Económica (17/10/2017)




Leiria vai contar a história dos plásticos em Portugal

Uma exposição sobre a história do plástico está a ser preparada pelo Museu de Leiria e por uma equipa de investigação. A iniciativa pretende ser um passo importante para a criação de um acervo patrimonial na cidade-berço daquela indústria transformadora

15/02/2018


Espaço museológico da empresa Baquelite Liz


É natural que já se tenha cruzado com a campanha de recolha de objetos de plástico, que está a ser promovida pelo Museu de Leiria. O objetivo é reunir o maior número de peças possível para que, em 2019, ali se realize uma grande exposição sobre a história dos plásticos e esta se constitua como um passo importante para a criação de um acervo patrimonial que deverá ser estudado e permanecer disponível para além daquela mostra.


Para que a exposição seja representativa da região, o Museu tem estado a desafiar a população a partilhar brinquedos de infância, artefactos do quotidiano, objetos de devoção, rádios, telefones, talheres, caixas, móveis, sapatos, candeeiros, chávenas, tudo o que for feito em plástico e esteja guardado “na cave, nos armários fechados há décadas e nas caixas esquecidas no sótão e cobertas de pó”.

A campanha está a decorrer até junho/julho deste ano, mas muitos objetos foram já entregues, a maior parte de uso doméstico.

Nesta iniciativa, o Museu de Leiria trabalha em associação com o projeto de investigação “O Triunfo da Baquelite – Contributos para uma história dos plásticos em Portugal”, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e que está a ser desenvolvido no Centro Interuniversitário de História da Ciência e Tecnologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e é coordenado por Maria Elvira Callapez.

Este trabalho propõe-se trazer à tona aspetos da história dos plásticos em Portugal e se a cidade de Leiria foi o local onde se iniciou a investigação, é porque ela é o berço da indústria transformadora de plástico. A coordenadora explica que o projeto pretende “estudar o impacto dos plásticos na sociedade portuguesa, desde a sua chegada em meados de 1930, através da baquelite, o primeiro verdadeiro plástico, num país agrícola, sem investigação química e tecnológica nem tradição industrial, em contraste com os países industrialmente mais avançados, onde o plástico já se assumia como emblema da modernidade”.

Mas não só. Estão igualmente a ser objeto de análise os aspetos tecnocientíficos dos plásticos e a sua comunicação ao grande público; a necessidade de preservar os objetos de plástico; a importância do plástico na evolução do design industrial, na estratégia das empresas e na vida quotidiana; a relação da indústria de plásticos com os seus atores, trabalhadores e elites locais, e com outras indústrias como a elétrica e de vidro. De fora também não ficam as questões energéticas e ambientais.

Questionada sobre o efeito reconciliador que o projeto pode ter na forma como as pessoas se relacionam com as matérias plásticas, Maria Elvira Callapez refere que “esse seria um objetivo demasiado amplo, uma vez que a complexidade da questão da relação da sociedade com o plástico obriga a fazer várias reflexões”. Para a investigadora, “existe, sem dúvida, uma relação ambivalente com o plástico” que, apesar da imagem negativa, “é omnipresente no quotidiano”, em concreto “na roupa que envergamos, nos objetos que manipulamos, no carro que conduzimos, nas casas que habitamos, nos hospitais que frequentamos”.

A exposição que vai contar a história dos plásticos está prevista para o primeiro trimestre de 2019. Para a organizar, a equipa conta também com o contributo de muitos empresários e trabalhadores da indústria, sob forma de entrevistas que vão permitir reconstruir a história e realçar o esforço dos seus protagonistas. Os fundos documentais das empresas, e as suas coleções particulares de objetos produzidos, estão a ser igualmente importantes.

A par da exposição, as equipas de investigação e do Museu de Leiria estão a projetar a realização de um congresso internacional sobre o plástico, na primavera de 2019. Maria Elvira Callapez adianta que estão a ser desenvolvidos contactos com os oradores, que serão reputados académicos e investigadores da área da história da tecnologia, materiais e dos plásticos.

Serão igualmente convidados designers internacionais com larga experiência no uso do plástico como elemento de trabalho.

Tem um objeto antigo de plástico? Saiba o que fazer

Se tiver objetos ou elementos documentais na sua posse que considere terem interesse para esta temática, remeta uma ou mais fotografias das peças, uma breve descrição e história das mesmas, para o endereço do Museu de Leiria: museudeleiria@cm-leiria.pt. Em seguida, após análise da informação remetida, a equipa do Museu de Leiria entrará em contacto para informar sobre o interesse da peça, e, nesse caso, para formalizar um possível depósito temporário ou uma eventual doação ao Museu, visando a sua exposição ou integração no acervo do Museu de Leiria/Município de Leiria.

Fonte: Moldes e Plásticos 2018 (25/01/2018)


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