Proibir sacos e plásticos para pão, fruta e legumes? Indústria do plástico em “total desacordo”
Representantes da indústria criticam proposta d’Os Verdes. Falam numa “distorção do mercado” que pode levar ao uso de “materiais mais danosos para o meio ambiente”
19/04/2019
A Associação Portuguesa de Indústria de Plásticos (APIP) manifestou no dia 11 desse mês total desacordo com o projecto de lei do partido Os Verdes para proibir o uso de sacos e embalagens plásticas para pão, fruta e legumes.
O objectivo é a interdição dos sacos de plástico ultraleves, a erradicação progressiva, com vista à eliminação completa, abrangendo também as cuvetes dos produtos que são vendidos a granel, mas agrupados, algo que para o Partido Ecologista os Verdes (PEV) é “absolutamente desnecessário”, conforme explicou à agência Lusa a líder parlamentar, Heloísa Apolónia. “Enquanto não for provado que as alternativas ao material plástico têm uma pegada ecológica inferior, a APIP não compreende, nem aceita os argumentos não científicos que sustentam a retórica populista apresentada”, contrapõe a associação em comunicado.
Em causa, de acordo com o projecto de diploma, estão “sacos de plástico ultraleves - os sacos de plástico com espessura inferior a 15 mícron, disponibilizados como embalagem primária para pão, frutas e legumes a granel” e as “cuvetes - embalagem ou recipiente descartável, geralmente envolvido em plástico ou em poliestireno expandido (esferovite), destinado a agrupar ou acondicionar pão, frutas e legumes”.
A APIP considera que a “diabolização e proibição” do material plástico em determinadas aplicações, gera “uma distorção do mercado” e põe em causa a sustentabilidade ambiental, “devido à substituição do plástico por materiais mais danosos para o meio ambiente”.
A iniciativa do PEV, que tem prevista hora e meia de discussão no parlamento, a partir das 15h, determina a necessidade de uma alternativa à disponibilização de sacos de plástico ultraleves e de cuvetes em plástico nos pontos de venda de pão, frutas e legumes, a partir de Junho de 2020, ficando as superfícies comerciais sujeitas a contra-ordenações e respectivas coimas, a definir posteriormente pelo governo, em caso de desrespeito.
Segundo Heloísa Apolónia, terão de ser os distribuidores e comerciantes a averiguar os outros materiais a disponibilizar aos consumidores ou a possibilitar a hipótese de os consumidores terem os seus meios próprios, como sacos ou embalagens reutilizáveis.
O sector reconhece que existe um problema com o fim dado ao material plástico, após o uso, mas defende que a forma mais eficaz de o resolver passa pela mudança de comportamentos e não pela proibição.
Diz ainda que o projecto de lei do PEV é “motivo de alarme” no âmbito da saúde pública, alegando a “concentração de bactérias que tipicamente ocorre nos sacos reutilizáveis”.
Fonte: Público PT (11/04/2019)
Injex produz mais de 50 milhões de logótipos em Famalicão. Empresa investe meio milhão de euros
Empresa de plástico injetado de Famalicão investiu meio milhão para aumentar fábrica e digitalizar processos. Injex produz logos para a Jaguar, Mercedes, Volvo, Renault e Peugeot e quer exportar mais
19/08/2019
Jaguar, Land Rover, Mercedes, Volvo, Renault, Peugeot, e Citroën são algumas das marcas automóveis que têm os seus símbolos fabricados em Portugal, mais exatamente em Vila Nova de Famalicão. A estrela de três pontas da Mercedes, por exemplo, é apenas um dos milhões de logótipos que a Injex produz anualmente.
A empresa "está prestes a concluir um programa de investimentos de 500 mil euros que permitirá aumentar por quatro as suas exportações", refere a Injex em comunicado. O objetivo é aumentar os mais de 50 milhões de peças de plástico injetado que produz anualmente, mas também ampliar a área fabril (a área coberta ocupa agora 750 metros quadrados), modernizar e aumentar o parque de máquinas e digitalizar o processo produtivo.
Mas nos planos da empresa, criada há 16 anos por José Pinheiro de Lacerda, está "adquirir uma unidade de bi-injeção de plásticos e passar a oferecer tecnologia de alto brilho na produção em série".
A Injex, que faturou 1,2 milhões de euros em 2018 e vende para sete países, tem conta com apoios dos fundos comunitários. O atual investimento em curso teve um cofinanciamento de 257 mil euros do Compete 2020 - 65,57 mil euros para reduzir a dependência do mercado nacional, aumentar as exportações e a presença na economia nacional e 191,46 mil euros para aumentar a capacidade de resposta pelo reforço do parque de máquinas e da instalação fabril; posicionar-se num mercado de valor acrescentado que lhe permita a prestação de serviços altamente especializados a montante, desde a fase da conceção e apostar na produção de peças diferenciadas.
Mas a empresa não trabalha apenas para a indústria automóvel, produz também componentes para máquinas e peças para a indústria. O esforço para inovar é constante, até porque o mercado assim o exige. Desde o exercício de 2016 a Injex investe cerca de 70 mil euros anuais (mais de 5% das vendas) em investigação e desenvolvimento, o que é, segundo Pinheiro de Lacerda, está “muito acima do montante médio para uma PME industrial, de acordo com os padrões da Agência Nacional de Inovação”.
É nesta lógica de “incorporar tecnologias cada vez mais avançadas e modernas no processo produtivo” que se insere o objetivo de comprar uma unidade de bi-injeção de plásticos. Desenvolvimento e construção de moldes, fabricação de componentes termoplásticos injetados e controlo automático destas componentes têm sido alguma das apostas que a empresa tem feito em termos de inovação produtiva. Assim como a digitalização do processo produtivos. Por exemplo, nos armazéns já não há papel e a comunicação com os clientes é integralmente digital.
França é o principal mercado
A Injex, que tem 30 trabalhadores, exporta para sete países e o valor das vendas para o exterior cresceu sete vezes nos últimos cinco anos. França é o principal mercado da empresa nortenha fruto da importância que o país representa na indústria automóvel. A empresa assinou recentemente um protocolo com um parceiro estrangeiro para fornecer “dois grandes fabricantes de máquinas” franceses.
A nível global está previsto que as exportações alcancem este ano os 240 mil euros, o que irá representar mais de 17% do volume de negócios, quase 1,4 milhões de euros.
Fonte: Eco (28/07/2019)
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