Educação ambiental em 3D
A sensibilização para a utilização eficiente dos recursos e a para a reutilização de resíduos de plástico pode recorrer ao uso de novas tecnologias para explicar e ensinar a usar a reciclagem sobretudo aos mais jovens
30/01/2018
Helena Aguilar lidera no CeNTi este projeto com forte componente tecnológica e responsabilidade ambiental e social
"O projeto iniciou-se há cerca de 6 meses, estamos ainda numa fase inicial do desenvolvimento dos materiais, que inclui a avaliação da reciclabilidade dos plásticos selecionados e a sua aditivação com materiais que confiram melhores propriedades mecânicas ao monofilamento para impressão 3D" disse Helena Aguilar, pesquisadora no CeNTI - Centre for Nanotechnology and Smart Materials.
O projeto tem na base atividades de pesquisa e desenvolvimento para a materialização do conceito e a montagem de uma unidade piloto com o objetivo técnico de obtenção de um material/filamento ecológico capaz de ser utilizado por tecnologias de fabricação como as impressoras 3D de baixo custo.
Escolas do 1º ciclo
O projeto pretende demonstrar todo o processo de valorização, que vai desde a recolha seletiva dos resíduos, passa pela reciclagem e o processamento dos materiais até à impressão 3D de objetos com diversas funcionalidades. Estes podem ser ferramentas e dispositivos educativos para os alunos como, por exemplo, um polígono, um modelo 3D de uma ligação molecular, elementos anatômicos, ou objetos para uso nas aulas, como réguas e esquadros, porta-canetas e suportes diversos.
Helena Aguilar acrescentou que se vai iniciar o projeto nas escolas do 1º ciclo através de uma primeira acção de sensibilização para a reciclagem de garrafas de água e tampinhas. "O objetivo nesta fase é dar-lhes a conhecer as potencialidades desta matéria-prima secundária, ao mesmo tempo incentivando a criatividade e o gosto pela ciência" concluiu.
Acumulação de plástico
O projeto ReShape IT (Raising awareness of waste recycling approacheS for engineered Innovative educational Tools) surgiu como forma de alertar para a acumulação de resíduos de plástico, que têm consequências em ecossistemas da vida selvagem e para a saúde humana. Este projeto tem por foco a reciclagem de embalagens plásticas de PET (politereftalato de etileno) e HDPE (polietileno de alta densidade) pela via inovadora da impressão 3D.
"Esta é uma área em que o CeNTI tem vindo a apostar, caracterizada por uma forte componente tecnológica, mas também de responsabilidade ambiental e social" refere Helena Aguilar que lidera a equipa de investigação deste projeto no CeNTI. Tem uma parceria com a Lipor e a implementação do projeto conta com financiamento do programa Ponto Verde Open Innovation.
Design e funcionalidade
O design e a funcionalidade dos objetos serão definidos pela criatividade dos alunos, que vêem assim recompensado o seu trabalho de recolha de resíduos (garrafas e tampinhas) nas escolas.
"Trazendo consigo o potencial de enriquecimento do ambiente de ensino-aprendizagem, este projeto proporciona uma nova forma de consciencialização para a preservação do ambiente e a percepção mais clara do nosso papel enquanto atores neste processo de mudança para a Economia Circular" considera Helena Aguilar.
"O maior desafio é o desenvolvimento de um filamento polimérico com as propriedades mecânicas e reológicas adequadas à impressão 3D, tendo em conta que a matéria-prima não é homogénea e pode estar contaminada com materiais que alteram o seu desempenho" analisou Helena Aguilar. É por isso fundamental proceder à caracterização dos materiais e adequar a linha de processamento à variabilidade da matéria-prima.
Helena Aguilar referiu ainda que "a implementação do projeto e a sua replicabilidade noutras escolas depende em grande medida da aceitação deste desafio por parte da comunidade, e em particular das crianças e dos jovens em idade escola".
Fase de concepção do produto determina impacto ambiental
"O consumo desenfreado de bens e produtos tem causado o agravamento da crise ambiental do planeta, e porque se estima que 70 a 80% do impacto ambiental de um produto ao longo do seu ciclo de vida é determinado na fase de concepção" revelou Helena Aguilar. O que torna relevante em termos sociais e comunitários a "reciclabilidade dos materiais e do eco-design para o reforço da economia circular e para a redução do impacto ambiental dos seus hábitos de consumo e estilo de vida".
Todo este contexto torna vital a educação para a sustentabilidade, em que além da consciencialização para a utilização eficiente dos recursos, energéticos e de materiais, a minimização da obsolescência dos bens de consumo e a sensibilização para a problemática dos resíduos de plástico das embalagens, também "é fundamental demonstrar que é possível aportar valor acrescentado e dar uma nova forma a estes materiais, criando produtos inovadores e com novas funcionalidades com impacto direto das atividades diárias dos cidadãos".
Fonte: Jornal de Negócios (16/01/2018)
Coca-Cola se compromete a reciclar 100% de suas embalagens até 2030
Empresa quer mudar sua imagem e liderar esforço por reciclagem
09/02/2018
LINHA DE ENGARRAFAMENTO DA COCA-COLA EM FÁBRICA DA FEMSA NA CIDADE DO MÉXICO
A gigante de bebidas Coca-Cola, presente em mais de 200 países, anunciou em janeiro o compromisso de reciclar todas as embalagens que usa até 2030. O objetivo da empresa é que toda lata e garrafa usada seja 100% reciclada nesse período de 12 anos.
A decisão é parte de um movimento da Coca-Cola para mudar sua imagem. A fabricante de bebidas que ser líder na redução de materiais e plásticos despejados nos oceanos e pretende investir milhões de dólares para educar e conscientizar os consumidores sobre a contaminação provocada pelo plástico no mar.
“As garrafas e latas não deveriam fazer mal a nosso planeta e um mundo sem despejos é possível”, disse o diretor-executivo, James Quincey, em um comunicado.
Um relatório divulgado no ano passado mostrou que a indústria produziu 9,1 bilhões de toneladas de plásticos desde os anos 50 e ainda há um montante em circulação suficiente para enterrar Manhattan em três quilômetros de lixo.
A campanha, chamada “Um mundo sem desperdício”, busca melhorar sua imagem no momento em que o público geral, acionistas e investidores demandam mais responsabilidade por parte de multinacionais.
Fonte: Época Negócios (19/01/2018)
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