No Haiti, as pessoas podem trocar plástico por dinheiro em banco especial

Com o objetivo de remunerar milhares de famílias carentes e ao mesmo tempo reduzir o descarte irregular de toneladas de plástico, a empresa Plastic Bank implantou um novo modelo de comércio social no Haiti, uma das nações mais pobres do planeta, constante vítima de desastres naturais.

10/06/2019



Agora, a renda com a reciclagem de garrafas e outros materiais plásticos pode ajudar a alimentar famílias inteiras que sofrem com a escassez, a renda precária e o desemprego em massa.


A ideia da Plastic Bank é simples: incentivar homens e mulheres desempregados a coletar lixo plástico em troca de renda e outros benefícios, como óleo de cozinha, alimentos, mensalidades escolares (para crianças) etc.

Após levarem o plástico para os centros de reciclagem da Plastic Bank, os catadores recebem o pagamento na mesma hora por meio de um aplicativo móvel chamado Blockchain, que garante maior segurança e transparência entre a empresa e os seus associados.

Os centros de reciclagem convertem o material plástico em paletes que são vendidos para marcas multinacionais, que reutilizam o plástico em embalagens que voltam para os supermercados. Nos últimos anos, a crescente demanda por paletes de plástico desse tipo expandiu bastante o potencial de mercado para os catadores.

Algumas empresas, como a gigante de tecnologia Dell, estão diretamente envolvidas no processo de coleta e conversão do material plástico reciclado. A empresa de computadores doou recentemente uma máquina que pode coletar 8 toneladas de plástico por ano das praias do Haiti, de acordo com a revista New Scientist.

Aqueles que administram os centros de reciclagem podem ganhar até US$ 3 mil (R$ 12,5 mil) líquidos por ano, após os descontos com pessoal e impostos – um aumento impressionante de renda em um país onde 2 em cada 3 pessoas vivem com menos de US$ 2 (R$ 8) por dia. A Plastic Bank também promove oficinas de empreendedorismo sobre educação financeira e contabilidade.

Até o momento, de acordo com a Forbes, mais de 30 centros de reciclagem foram estabelecidos em todo o Haiti, e mais de 3,5 mil pessoas estão envolvidas na coleta de plástico, o que ajuda a limpar os ambientes e os espaços públicos.

O Haiti, como muitos outros países do mundo, enfrenta sérios problemas envolvendo poluição. Isso é agravado pela falta de um sistema confiável de gestão de resíduos, segundo a ONU, que recentemente premiou o Plastic Bank com o prêmio Climate Solutions.

Segundo a ONU, é comum no Haiti queimar ou descartar o lixo em rios ou no mar. A queima de plástico libera toxinas prejudiciais aos seres humanos. Já quando o plástico entra nos cursos de água, os problemas são numerosos: os animais marinhos e as aves podem ingerir esses detritos e serem envenenados ou mortos; além disso, o plástico pode atuar como verdadeiros incubadores de mosquitos que espalham doenças mortais, como a dengue e a Chikungunya.


De acordo com a revista Borgen, cerca de 75% dos haitianos não possuem acesso à água potável, e uma enorme parcela da população recebe água contaminada em suas torneiras. A inexistência de estações de tratamento de água causou um surto de cólera no país logo depois do catastrófico terremoto de 2010.

A escala da poluição plástica em todo o mundo é assustadora. Estima-se que 8,3 bilhões de toneladas de plástico foram produzidas em todo o mundo entre 1950 e 2015 – desse total, 75% foi descartado incorretamente.

Cerca de 8 milhões de toneladas métricas de plástico adentram nos oceanos a cada ano, o equivalente a esvaziar um caminhão de lixo a cada minuto. Se tal tendência permanecer, até 2050 existirão 12 bilhões de toneladas de resíduos plásticos descartados no mundo. Mais: o plástico marinho superará em peso bruto o número de peixes.

O Haiti está ajudando a mudar esse paradigma, segundo o Plastic Bank, mostrando que o lixo existente pode e deve ser reutilizado, sem a necessidade de produzir ainda mais detritos.

Além dos riscos mencionados acima, a produção em massa de mais produtos de origem plástica também é um motor da mudança climática. Isso porque 4% de todo o petróleo produzido anualmente é usado para fazer plástico, segundo a ONU, e uma quantidade similar é utilizada para gerar a energia necessária para os produtores desse material.

O plástico reciclado ajuda a quebrar esse ciclo, desencorajando empresas e consumidores a continuar consumindo e desperdiçando como se não houvesse amanhã.

Por fim, o Plastic Bank pretende expandir seu modelo para outros países que possuem sistemas insuficientes de gerenciamento de resíduos e altos índices de poluição desses detritos. Uma revolução silenciosa, mas efetiva, se inicia.

Fonte: ASDB (08/06/2019)




Allianz Parque detalha ações ambientais

Estádio do Palmeiras repassa detalhes de suas atividades de reciclagem e economia circular no Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado na última quarta-feira

10/06/2019


Allianz Parque informa ter transformado quase uma tonelada de materiais plásticos em sacos de lixo


Na última quarta-feira, Dia Mundial do Meio Ambiente, o Allianz Parque detalhou suas ações com foco em reciclagem e economia circular. Entre elas, o estádio do Palmeiras informou que, desde janeiro, vem transformando materiais plásticos descartados nos jogos e shows em sacos de lixo, que são usados dentro da arena.


- Já transformamos quase uma tonelada de plástico em sacos de lixo, criando uma economia circular do material reciclável, onde consumimos produtos feitos com nosso próprio resíduo - disse o gerente geral Eduardo Rigotto, citando o que foi feito com filmes plásticos que envolvem os pallets de bebida, engradados de garrafa e galões de produtos de limpeza, em parceria com a empresa Ciclo.O Allianz Parque informa que, somente no ano passado, foram realizados 54 grandes eventos no local, mais de 40 toneladas de lixo foram recicladas, sendo 25,54 toneladas entregues para empresas de papelão e 9,32 toneladas para empresas de bebida, que utilizaram o metal descartado na produção de novas latinhas, o que também contribui para a economia circular dos materiais.

Em relação ao consumo da água, desde sua inauguração, em novembro de 2014, o Allianz Parque mantém em sua cobertura um serviço de captação da água da chuva, com armazenagem de cerca de 2 milhões de litros. Esse montante é reutilizado na irrigação do gramado e nas descargas dos sanitários.

- Ao reter a água da chuva, não sobrecarregamos a rede pluvial - pontuou o gerente do estádio, indicando que a ação também é importante para um bairro que sempre sofreu com constantes enchentes.

O Allianz Parque indicou ainda que, desde o show de Paul McCartney, neste ano, firmou parceria com o movimento Recicla Sampa, organizado pela prefeitura de São Paulo. Assim, a prefeitura fica responsável pela área externa e a arena, pelos descartes internos, além de veicular o material da campanha nas lixeiras internas, telão, digital signage e redes sociais. Apenas no show do Paul McCartney foram recicladas mais de 6 toneladas de resíduo. A direção do estádio ainda deseja instalar pontos de coleta de lixo reciclável em locais estratégicos da arena, como na entrada do tour e no estacionamento.

- Levamos a sério as responsabilidades de uma empresa que lidera seu mercado e acreditamos que podemos ajudar a sociedade a construir um mundo melhor - comenta o gerente geral da arena, Eduardo Rigotto.

Fonte: Terra (05/06/2019)


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