Avião movido a resíduos plásticos
28/02/2013
Um piloto amador está prestes a viajar de Sidney (Austrália) até Londres (Inglaterra) a bordo de um avião alimentado com um combustível produzido a partir de resíduos de plástico. A aventura do britânico Jeremy Rowsell vai marcar a estréia da utilização deste tipo de combustível ecológico em viagens aéreas.
De acordo com o jornal inglês The Telegraph, o vôo de Rowsell vai usar combustível resultante da transformação, através de uma técnica pioneira, de cinco toneladas de embalagens e outros resíduos plásticos em fim de vida (que já não podem ser reciclados).
O plástico para o projeto “Nas Asas do Desperdício” será recolhido em lixeiras dos países pelos quais o piloto irá passar e será enviado para a Cynar, uma empresa irlandesa sediada em Dublin, que será responsável pelo processamento dos resíduos e pela sua conversão em combustível.
O britânico de 41 anos vai deixar Sidney no mês de Julho e vai sobrevoar a Ásia, o Oriente Médio e finalmente a Europa. A expectativa é que pouse em Londres depois de seis dias de viagem, na qual seu monomotor Cessna 172 voará cerca de 2400 km/dia a uma velocidade de 185 km/h. Inicialmente, a intenção era utilizar um Cessna 182, que é maior, entretanto não seria fácil acomodar um motor diesel nesse modelo.
Em declarações ao The Telegraph, o aventureiro declarou que o objetivo desta experiência é alertar para as novas tecnologias que têm explorado métodos viáveis e ambientalmente corretos para o aproveitamento de resíduos plásticos como combustíveis em viagens aéreas.
“Achei que esta seria uma oportunidade de associar o espírito aventureiro britânico à inovação tecnológica dos pioneiros que enfrentaram desafios como os que enfrentamos hoje”, disse Rowsell.
“A aviação lidera a tecnologia em muitos aspectos e, portanto, pensei: por que não torna-la líder também na utilização deste combustível? Se o plano der certo, será possível resolver grandes problemas ambientais de uma só vez”, defendeu Rowsell.
Piloto mostra-se preparado para os desafios
O Cessna 172 não é um avião projetado para vôos de longa distância, então o piloto está consciente da necessidade de pousar nos locais certos, onde os galões de combustível estarão à sua espera.
Outros desafios são as condições meteorológicas imprevisíveis e o fato de ter que voar em baixas altitudes correndo o risco de ser abatido ou colidir com uma montanha.
"Quando voamos a uma altitude tão baixa estamos dentro do campo de lançamento de granadas e não podemos deixar de considerar a hipótese de sermos abatidos durante o voo", admitiu. "É muito improvável, especialmente porque vou evitar a passagem pela Síria, mas é assustador pensar na posição vulnerável em que estarei", acrescentou ainda.
Porém, Rowsell se diz bem preparado para todas as eventualidades tendo praticado de tudo – desde quedas na água até outros tipos de acidente, sobrevivência em ambiente selvagem e até formas de lidar com seqüestros. "Os pioneiros da aviação me ensinaram muito. Muitos dos pilotos acreditaram que os aviões podiam beneficiar a raça humana e lutaram para provar a viabilidade dessa tecnologia. Essa coragem é uma lição constante para mim e me faz lembrar que eu e todos nós temos uma responsabilidade para com o planeta e temos de encontrar alternativas para preserva-lo", concluiu.
Fonte: The Telegraph, Ecoimagination (11/10/2012) e Boas Notícias (28/02/2013)
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