Retina poderá ser reparada com polímero usado em placa solar

O polímero Politiofeno, composto normalmente utilizado em células solares orgânicas para absorver luz, tem sido um forte candidato à recuperação da sensibilidade da retina (região do globo ocular que é responsável por captaras imagens e transmiti-las ao nosso cérebro através de moléculas que absorvem luz e transferem carga elétrica aos neurônios)

04/10/2015



Tal hipótese tem sido reforçada em um estudo desenvolvido pelo Prof. Dr. Paulo Barbeitas Miranda, do Grupo de Polímeros "Prof. Bernhard Gross" do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em parceria com pesquisadores do Politecnico Milano, uma instituição de ensino superior sediada em Milão, na Itália.


O objetivo final deste estudo é desenvolver um filme polimérico bastante fino e flexível, depositado sobre um substrato de seda (biocompatível), por forma a que essa placa possa substituir a camada fotosensora da retina. Para investigar este processo em escala laboratorial, os pesquisadores do Politecnico Milano, liderados pelo Prof. Dr. Guglielmo Lanzani, estudaram o comportamento do Politiofeno em contato com a água e, posteriormente, com o soro fisiológico (simulando o ambiente biológico), ao absorver a luz de um laser verde e excitar neurônios de ratos.

De acordo com Paulo Miranda, que orientou o doutorando Sebastiano Bellani (Politecnico Milano) em uma fase posterior do projeto que visava entender a orientação das moléculas de Politiofeno em contato com a água, tal etapa permitiu concluir que, quando interagem com ambas as soluções aquosas, esses polímeros ficam inclinados. "A orientação que os polímeros adotam é importante, porque por vezes ela pode desfavorecer o processo de transferência de carga elétrica", explica Miranda, acrescentando que, neste caso, a inclinação dos polímeros é favorável à transferência. Alguns testes já têm sido executados com sucesso em animais, contudo, a aplicação deste trabalho só poderá ser utilizada por médicos apenas daqui a alguns anos.

Esta parceria teve início no segundo semestre de 2013, quando Bellani ingressou no IFSC/USP através de um dos programas de internacionalização. Todos os experimentos desta etapa do trabalho foram realizados nos laboratórios do Instituto de Física de São Carlos, com a técnica de espectroscopia por geração de soma de frequências, enquanto os pesquisadores italianos executaram análises computacionais para compará-las com os resultados experimentais.

Em breve, o docente do IFSC deverá ir à instituição italiana, onde analisará a transferência de carga do polímero para a água, através de pulsos de luz ultracurtos (na escala de 100 femtosegundos – menos que um quadrilionésimo de segundo), uma vez que os pesquisadores ainda não sabem como e quão rapidamente esse campo elétrico que excita os neurônios é formado. Junto com os especialistas do Politecnico Milano, Paulo Miranda também deverá medir diretamente o campo elétrico gerado pela absorção da luz na interface com a água, buscando uma compreensão ainda maior sobre como esses polímeros deverão atuar no globo ocular.

Em junho último, um artigo sobre esta pesquisa foi publicado no Journal of Materials Chemistry B.

Fonte: Planeta Universitário (11/09/2015)




Portugueses desenvolvem bioplástico de batata

Uma equipe de pesquisa da Universidade de Aveiro desenvolveu um bioplástico para a indústria alimentícia, a partir de batata, que promove uma melhor conservação dos alimentos

25/11/2015



O bioplástico resulta de um trabalho de colaboração entre os departamentos de Química e de Engenharia de Materiais e Cerâmica, e é desenvolvido exclusivamente a partir da batata, com o objetivo de substituir o plástico sintético na embalagem de alimentos, já que além de ser biodegradável, permite uma melhor conservação dos produtos alimentares, quando comparado com os plásticos tradicionais.


Produzidas à base de amido, um dos hidratos de carbono presentes nas batatas e cujas propriedades permitem obter películas transparentes, resistentes à ruptura, inodoras e sem sabor, as bioembalagens produzidas em Aveiro são também uma barreira eficaz entre o alimento e o exterior.

"A biodegradabilidade inerente às embalagens de amido é a grande vantagem em relação aos plásticos", aponta Idalina Gonçalves, investigadora do projeto, que lembra que o "aumento considerável nos últimos 20 anos de embalagens sintéticas [plásticos] tem agravado o problema de eliminação de resíduos".

Citada num comunicado da Universidade, Idalina Gonçalves realça também "as boas propriedades de barreira, nomeadamente ao oxigênio e ao vapor de água, dos filmes de amido, quando comparados com os materiais sintéticos".

No horizonte da equipe científica está também a possibilidade da embalagem bioplástica poder fornecer informações relevantes aos consumidores. No laboratório os químicos preparam-se para adicionar às películas já desenvolvidas moléculas capazes de detectar a degradação dos alimentos, sensores de umidade e de temperatura.

"Um dos nossos objetivos é, por exemplo, desenvolver materiais colorimétricos que respondem às alterações das propriedades físico-químicas dos alimentos [como indicadores de tempo, temperatura, pH ou frescura], permitindo ao consumidor uma avaliação da qualidade dos seus alimentos", revela a equipe de pesquisa.

Fonte: Jornal de Notícias (15/10/2015)


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