Chineses criam materiais eletrônicos mais flexíveis e condutivos

Os pesquisadores descobriram que inserir gotas de mistura de metais dentro de uma estrutura feita de polímeros baseados no silicone cria materiais resistentes

11/07/2018


O MPC poderá ser usado na fabricação de criativos para tratar doenças


Geralmente, cientistas têm que escolher entre a flexibilidade dos plásticos e a condutividade elétrica dos metais. Graças a pesquisadores do Centro Nacional de Nanociência e Tecnologia, na China, não será mais preciso. Em um artigo publicado ontem na revista iScience, a equipe apresenta um material parte polímero e parte metal líquido que pode ser dobrado e esticado à vontade sem perder a condutividade.

"São os primeiros eletrônicos flexíveis ao mesmo tempo altamente condutivos, maleáveis, completamente biocompatíveis e que podem ser fabricados em qualquer tamanho com precisão microscópica”, detalha Xingyu Jiang, um dos autores do artigo."

O material foi batizado de condutor metal-polímero, ou MPC, e é composto por uma mistura líquida de gálio e índio na temperatura ambiente. Os pesquisadores descobriram que inserir gotas da mistura de metais dentro de uma estrutura feita de polímeros baseados no silicone cria materiais resistentes e com condutividade suficiente para ser usado em circuitos eletrônicos.


Uso variado

Os cientistas testaram com sucesso diversas fórmulas de MPCs em várias aplicações, como sensores para luvas eletrônicas e eletrodos para estimular a passagem de DNA através de membranas de células vivas.“Nós usamos polímeros superelásticos para fazer circuitos flexíveis. Usamos polímeros biocompatíveis e biodegradáveis para criar dispositivos que podem ser implantados no corpo. No futuro, podemos até construir robôs maleáveis”, cogita Lixue Tang, um dos criadores.

Essa versatilidade pode levar a aplicações biomédicas. "Queríamos desenvolver materiais biocompatíveis para serem usados em dispositivos vestíveis ou implantáveis para diagnosticar e tratar doenças sem comprometer a qualidade de vida. Acreditamos que esse é um primeiro passo para mudar a forma como as doenças cardiovasculares, entre outras, serão abordadas", diz Xingyu Jiang.

Fonte: Correio Braziliense (15/06/2018)




UFMG cria espuma que absorve agrotóxico da água e dos alimentos

Esponja identifica e extrai quatro pesticidas sem afetar nutrientes

13/08/2018


Material foi desenvolvido pela pesquisadora Marys Braga


O plástico é um dos materiais que pertence à família dos polímeros e, provavelmente, o mais popular. O seu uso, no entanto, vem sendo questionado em relação aos malefícios gerados ao meio ambiente. Mas, após estudar alternativas sustentáveis para esse material, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) conseguiram desenvolver uma espuma de poliuretano capaz de detectar e absorver herbicidas da água e dos alimentos.


O material foi produzido pelos próprios pesquisadores, usando como matéria-prima resíduos da indústria petroquímica (catalisador de petróleo) e componentes naturais, como o óleo de mamona, conforme explica a engenheira química e pesquisadora pós-doutoranda da UFMG Marys Lene Braga.

Essa composição inédita deu origem a um material com “grupos químicos que facilitam essa interação com o pesticida”, ou seja, com propriedades para que a espuma identifique apenas agrotóxicos.

Em seguida, foram feitos testes com quatro pesticidas mais frequentes (organoclorados, clorobenzeno, atrazina e trifluralin). Exames complementares também foram aplicados para investigar se a espuma não extraía também os nutrientes dos alimentos, e ambos os resultados foram satisfatórios. Ou seja, a espuma conseguiu retirar os agrotóxicos dos alimentos sem comprometer suas propriedades nutricionais. “A eficiência é em torno de 70% da espuma com resíduo, e com o resíduo puro chega a 95% de remoção do pesticida”, explica Marys.

Em outra etapa, foi analisada a capacidade de recuperação da espuma, de acordo com o professor do laboratório de engenharia de polímeros e compósitos (Lepcom/UFMG), Rodrigo Oréfice. “Fizemos a imersão dela em meio aquoso (água com ácido e o pH mais baixo) e conseguimos extrair o contaminante e recuperar a espuma para nova utilização. Dessa forma, o contaminante fica contido, podendo gerar outros produtos ou ser destinado mais corretamente”, explica Oréfice. A espuma resistiu a cinco ciclos de reutilização sem chegar a saturar.

Reconhecimento

As pesquisas já duram dois anos, e o trabalho foi publicado no “Journal of Hazardous Materials” em março deste ano.

A pesquisadora da UFMG tem a patente do produto publicada desde julho de 2017. Os pesquisadores esperam que o estudo abra portas de contato com o setor produtivo e empresas.

Entrevista com a pesquisadora Marys Lene Almeida

De que forma a espuma minimiza impactos no meio ambiente?

Primeiro, conseguimos retirar pesticidas de sistema aquoso, assim como de alimentos. Hoje, por exemplo, a água para consumo humano é tratada com carvão vegetal, cujo custo é muito maior do que o custo da espuma. Ou seja, ela apresentou uma aplicabilidade técnica, econômica e ambiental, em larga escala, extremamente viável.

Como a espuma poderia se tornar comercial?

A ideia é que a espuma faça parte de embalagens usadas no supermercado. Ou que a partir dela possa desenvolver um filme polimérico para que, quando este envolver a fruta, esse filme consiga detectar e remover o pesticida. Mas esses estudos ainda têm muito o que avançar. Por exemplo, se pegar um alface e colocá-lo na água com a espuma, o pesticida da alface não vai passar para água. Ainda é preciso desenvolver um método para isso.

Fonte: O Tempo (20/07/2018)


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