Jundiaí cria tecnologia de tingimento de plásticos com matéria-prima orgânica
17/07/2019
A preocupação dos consumidores brasileiros com a sustentabilidade tem levado
pequenos negócios a buscarem soluções em segmentos dominados pela grande indústria. Empreendedores identificaram uma brecha para propostas inovadoras de produção e aplicação de tintas orgânicas.
Em Jundiaí, alunos do Senai desenvolveram uma nova tecnologia, apresentada em razão do trabalho de conclusão do curso de técnicas em plástico. O estudo envolve o uso de pigmentos naturais e já vem chamando a atenção de grandes empresas.
O Organicolor, empresa desenvolvida pela equipe de estudantes, desenvolveu uma tecnologia de
tingimento de plásticos por meio de matéria-prima orgânica.
Para pintar plástico
A empresa não produz o pigmento, mas desenvolveu a tecnologia que faz com que o pigmento natural pinte o plástico de embalagens sem materiais de origem química e industrial.
“Principalmente nos ramos de cosméticos e alimentos, o consumo desses materiais precisa ser pensado com cautela para não contaminar os produtos que vêm dentro da embalagem. Podemos dar um direcionamento inteligente para o setor, alimentando um ciclo renovável de geração de receita e lucros sem degradar o ambiente”, afirma o professor Eduardo Garcia, orientador da turma do Senai Jundiaí.
Segundo ele, a iniciativa passou por um processo de construção de modelo de negócio que foi apresentado pela Organicolor para a Natura, gigante de cosméticos que teria ficado interessada no produto para aplicação em suas embalagens, diz ele.
Como o foco da iniciativa de Jundiaí é a tecnologia da aplicação das cores, a obtenção da matéria-prima ocorre por meio de fornecedores terceirizados.
O propósito da marca vai ao encontro de um consumidor brasileiro mais consciente.
De acordo com a pesquisa Estilos de Vida 2019, divulgada em junho pelo instituto Nielsen, 42% dos brasileiros estão mudando hábitos de consumo para
reduzir o impacto no ambiente, sendo que 30% dizem estar atentos aos ingredientes que compõem os produtos e 65% dizem não comprar de empresas associadas ao trabalho escravo.
Mais um Case de Sucesso
A empresa Mancha Orgânica atua no nicho com
produção de tintas atóxicas e 100% orgânicas a partir de produtos da
biodiversidade brasileira como açafrão, urucum, cacau e erva-mate. Segundo o cofundador Amon Pinto, uma das estratégias da empresa carioca é atingir o público infantil para que os produtos sirvam como ferramenta de educação ambiental e de incentivo à livre experimentação artística.
“Queremos resgatar os conhecimentos ancestrais de colorir com tintas naturais para favorecer a saúde e minimizar os impactos da indústria no ambiente”, conta Amon, que criou a empresa em 2017 ao lado de outros designers da agência Zebu Mídias Sustentáveis, no Rio de Janeiro.
Agora, a Mancha desenvolve parcerias com escolas e redes de ensino na capital fluminense. “Como o produto é livre de metais pesados, as crianças podem colocar na boca, passar a mão nos olhos e experimentar uma interação com a tinta sem limitações.”
Os potinhos são comercializados em quatro cores: amarelo (açafrão), vermelho (urucum), verde (erva-mate) e marrom (cacau). Até o fim do ano a expectativa é lançar mais três opções, atingindo uma média mensal de 250 potes de tinta vendidos. Com viés educativo, a Mancha planeja expansão por meio de um modelo de revenda em papelarias e lojas de brinquedo. Mais para a frente, a empresa também quer atuar nas áreas de mobiliário e tintura têxtil.
Fonte: Estadão (09/07/2019)
Lente de contato robótica permite que usuários façam zoom piscando os olhos
Pesquisadores acreditam que sistema poderá ser usado em próteses visuais
19/08/2019
A lente é feita de polímeros que se expandem quando a corrente elétrica é aplicada
LONDRES — Cientistas criaram uma lente robótica que é controlada por pequenos movimentos oculares, incluindo o duplo piscar para aumentar ou diminuir o zoom.
Muitos materiais de robótica são controlados manualmente ou pré-programados, mas as lentes imitam os sinais elétricos naturais do globo ocular humano que estão ativos quando os olhos estão fechados. Esta carga natural é aproveitada para controlar a lente.
Responsáveis pela tecnologia, pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego mediram o potencial elétrico de olho — chamado de "sinal eletro-oculográfico" — e então fizeram lentes que responderiam a esta atividade.
— Mesmo que seu olho não consiga ver nada, muitas pessoas ainda podem mover o globo ocular e gerar este sinal eletro-oculográfico — explica Shengqiang Cai, que coordenou a pesquisa, em entrevista ao site "New Scientist".
A lente é feita de polímeros que se expandem quando a corrente elétrica é aplicada. É controlada usando cinco eletrodos ao redor do olho que agem como músculos. Quando o polímero se torna mais convexo, a lente aumenta o zoom.
Os cientistas esperam que a lente robótica possa ajudar a criar um olho protético ou uma câmera que seja controlada apenas com os olhos.
"O sistema desenvolvido no presente estudo tem o potencial de ser usado em próteses visuais, óculos ajustáveis e robótica operada remotamente no futuro", escreveram pesquisadores no artigo publicado na "Advanced Functional Materials".
Fonte: O Globo (28/07/2019)
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