O poliestireno é um termoplástico duro, amorfo e transparente polimerizado a partir do monômero de estireno e possuíndo arranjo isotático (iPS), sindiotático (sPS) ou atático (o mais comum e que está sendo apresentado aqui). Possui cadeia semelhante à do polietileno, exceto por um dos hidrogênios do mero, que é substituído por um grupo fenila. Durante a polimerização, a forma espacial em que o monômero se apresenta, e é adicionado à frente de crescimento da cadeia radical, definirá sua configuração. Iniciando-se pelo tipo de encadeamento, podemos verificar que o naturalmente favorecido é o cabeça-cauda devido ao efeito estérico apresentado pelo grupo lateral volumoso estireno. A disposição espacial deste mesmo grupo, ou sua taticidade, dependerá do uso ou não de catalizadores estereoespecíficos. A polimerização comercial do PS cristal não emprega tais catalizadores e, portanto produz um polímero atático, ou seja, amorfo. O terceiro tipo de configuração, a relacionada com a isomeria, não se aplica, pois o mero de estireno não possui uma dupla ligação residual. Em resumo, as duas configurações presentes no poliestireno cristal são: o encadeamento cabeça-cauda e a ataticidade (falta de taticidade).
Por ser um material barato e frágil, é muito empregado na fabricação de produtos descartáveis ou que necessitem de alta transparência. O poliestireno convencional é popularmente conhecido como PS cristal.
Apesar de possuir empregabilidade restrita devido à sua baixa resistência mecânica e à solventes orgânicos, o PS demonstra propriedades excelentes para determinadas aplicações quando expandido, dando origem ao EPS (popularmente conhecido pelo nome comercial Isopor®), e quando copolimerizado ou blendado dando origem aos polímeros: PSAI (PS de alto impacto),
ABS, SBR, SBS, SAN, PPO/PS, entre outros.
Pode ser aditivado com lubrificantes, estabilizantes UV e
antiestáticos, sendo necessária grande quantidade de aditivo antiestático (de 2 a 4%), elevando o preço do artigo em aplicações como carcaças de equipamentos eletroeletrônicos, unidades de controle remoto, etc. A incorporação de fibras de vidro promove um aumento da resistência ao impacto, efeito inverso do que ocorre na maioria dos termoplásticos com ampla comercialização.
Características:
- Baixo custo
- Fácil processamento
- Fácil coloração
- Elevada transparência
- Baixa resistência ao impacto
- Baixa resistência às intempéries
- Propenso a problemas relacionados a migração de plastificantes
Aplicações:
Utensílios domésticos rígidos, transparentes ou não de uso generalizado; brinquedos, escovas, embalagens rígidas para cosméticos, embalagem rígida de disco compacto, corpo de canetas esferográficas, réguas.
Ponto de fusão:
~220°C
Transição vítrea:
100°C
Bibliografia:
HARPER, Charles A.; PETRIE, Edward M. Plastics Materials and Process: A Concise Encyclopedia. Hoboken: John Wiley & Sons, Inc., 2003.
Observações: os dados das propriedades listadas abaixo são retirados de nosso banco de dados de fichas técnicas, portanto, são valores encontrados em resinas comerciais. Nos casos onde os valores são apresentado na forma de intervalo, esses dados representam o menor e o maior valor encontrado para o tipo de material. Em alguns casos, onde a propriedade não tem tanta variação de resina para resina, apresentamos apenas a média aritmética. É importante salientar também que a existência de determinado valor aqui não é representativa de todas as resinas, como por exemplo, a indicação de classicação V0 (antichama) não significa que todos os materiais de um mesmo tipo tenham classificação V0, e sim que existem resinas com essa classificação.
Sobre o autor: Daniel Tietz Roda é Tecnólogo em Produção de Plásticos formado pela FATEC/ZL e Técnico em Projetos de Mecânica pela ETEC Aprígio Gonzaga. Trabalhou na área de assistência técnica e desenvolvimento de plásticos de 2008 até 2013 e atualmente é proprietário do Tudo sobre Plásticos.